Seminário Regional Unirede Centro – Oeste 2019

Com o tema “A EaD em pauta: ensino híbrido – diálogos formativos na educação superior”, o Seminário Regional UniRede – Região Centro-Oeste  realizado nos dias 17 e 18 de maio, na Secretaria de Tecnologia Educacional (SETEC), no campus da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT.

Mesa de abertura Seminário Regional UniRede – Centro Oeste 2019

Na mesa de abertura do evento estiveram presentes  o Presidente da UniRede, professor Alexandre Martins dos Anjos, a Pró-Reitora de

Ensino de Graduação da UFMT professora Lisiane Pereira de Jesus, representando a Reitora Myrian Serra, a representante da  UFG e da UniRede na região centro-oeste, professora Marília de Goyaz, o Pró-Reitor de Cultura e Extensão de Vivencia da UFMT, professor Fernando Tadeu Miranda Borges, a representante da UniRede na UFMS, professora Daiani Damm Tonetto Riedner, o professor Constantino Dias da Cruz, representando o Reitor do Instituto Federal de Mato Grosso, Willian Silva de Paula, o Pró-Reitor de Ensino de Graduação da UNEMAT, professor Alexandre Gonçalves Porto e a Presidente Nacional do Forum UAB de Coordenadores de Polo, professora Elizabete Regina Rosseto.

Mesas Redondas

Na mesa de debate sobre o ensino híbrido, estiveram a professora Dra. LilianUcker Perotto, da UFG, falando sobre a educação híbrida e os desafios de sua implementação nas IES públicas do Estado de Goiás, a professora Me. Soraya Menezes de Queiroz, do IFSP falando sobre a personalização e tecnologias da educação e o professor Dr. Tales Nereu Bogoni da UNEMAT que falou sobre a experiencia exitosa de ensino híbrido.

A mesa foi mediada pela professora Daiani Damm Tonetto Riedner da UFMS.


A educação híbrida e os desafios de sua implementação nas IES públicas do Estado de Goiás

Prof. Dr Lilian Ucker

A professora Dra. Lilian Ucker aborda a premissa de que “O conhecimento melhora as experiências nos processos de ensinar e aprender”. O avanço tecnológico e a democratização do acesso à estas tecnologias têm ampliado o debate sobre o ensino misto. Buscando solucionar as demandas da modalidade EaD, Lilian ressalta a dúvida que permanece de forma latente: qual a contribuição dos professores que atuam no ensino a distância para os alunos? Para a educação?

Para elucidar as experiências eficazes do ensino a distância faz-se necessária uma abordagem histórica. O termo “educação a distância” foi utilizado pela primeira vez quando o professor de taquigrafia, Cauleb Phillips, divulgou um anúncio publicado na Gazeta de Boston, em março de 1728. Cauleb lecionava enviando cartas aos seus alunos. Pensando nas diferentes formas de expor o conhecimento a distância, a UFG criou o CIAR – Centro Integrado de aprendizagem em Rede – que disponibiliza cursos EaD e hoje atende 50 polos associados. Desde sua criação em 2007 até 2018 foram mais de 10.893 alunos formados.

Assim como o projeto CIAR o uso de plataformas inteligentes facilitam e quebram as fronteiras do ensino a distância. Levando as tecnologias como pilar para o EaD, a UFG teve seu acesso ampliado através da plataforma MOODLE, a qual nomearam de IPÊ. Nome selecionado pelos alunos da Universidade e obteve 41,7% dos votos. Em um feedback mais elaborado, a Universidade Federal de Goiás percebeu que o MOODLE incluiu professores e alunos da modalidade presencial, já que, a plataforma acelera os processos internos, permite acompanhamentos, requisições, manutenção, exposição de conteúdo e entrega de atividades.

Observando ainda os benefícios do MOODLE, cursos como medicina, design de moda e direito passaram a usar os recursos online para efetuar atividades a distância. ” O MOODLE permitiu a desconstrução dos diálogos, inovando a forma de ensinar e fazer pesquisa”, afirmou Lilian Ucker. Além da utilização da plataforma MOODLE pelos alunos houveram, também, cursos direcionados à comunidade docente.

A professora Lilian reitera o valor da prática EaD para a comunidade acadêmica e, de forma emocionada, pontua que o maior desafio da prática da educação a distância é quebrar o preconceito que já está demasiado retrógrado. As resistências identificadas em relação a prática do ensino híbrido e a distância também se dão pela falta de regularização da oferta do ensino misto.

Em entrevista concedida pela professora à UniRede, Lilian Ucker pontua que a confiança é necessária para que a educação a distância cresça, principalmente por entender que boa parte do êxito do aluno e de sua qualificação dependem, em grande parte, de seus próprios esforços. Ucker declara que “para haver a quebra do paradigma da EaD é preciso conhecer, pesquisar, explorar e ofertar cursos novos”. A qualidade, depende de confiança e do empenho não só das instituições, mas de todos os envolvidos no processo.

Experiência exitosa de ensino híbrido


“Qual a finalidade das novas tecnologias?”. Esta foi a indagação com a qual o professor Dr. Tales Bogoni, da Unemat, iniciou seus apontamentos sobre o ensino híbrido no Seminário Regional UniRede – Centro Oeste que foi realizado na manhã desta sexta-feira (17). Bogoni defende que o ensino híbrido não pode se resumir a troca dos aparelhos utilizados em sala, seja virtual ou não pois, “seria trocar seis por meia dúzia”.

Prof. Dr Tales Begoni

Segundo Bogoni, estas novas tecnologias colaboram com a avanço da educação através da modalidade a distância. Surge, a partir disso, uma prática denominada de blended learning, que, de forma sintética, trata da convergência da educação presencial com a educação a distância. Trabalhar com Blended Learning depende da qualidade, profissionalização e desempenho de toda a comunidade acadêmica. Uma das aplicações práticas do blended learning está na utilização de ambientes virtuais de aprendizagem (AVA), softwares educacionais e aplicativos. O professor doutor Tales aborda que em 2004 a Unicamp desenvolveu a plataforma TelEduc e, em 2006 a Unemat, campus Colíder, utilizou a plataforma MOODLE pela primeira vez. Já a Unemat, campus Sinop, criou um aplicativo que dispõe online os materiais que seriam utilizados em sala de aula. Isto é a tecnologia trabalhando em conjunto com a educação.

Para ter a devida eficiência nas atividades desenvolvidas nestas novas tecnologias, é preciso que o aluno seja o foco e o professor passe a ser mediador, esta prática denomina-se metodologia ativa, comumente chamada de sala de aula invertida. Desta forma, foi percebido pela universidade que através de uma metodologia ativa há um aumento de até 90% no índice de aprendizagem. Trabalhar e expor o conhecimento de forma mais moderna com os estudantes e mostrando à eles as aplicações práticas do que está sendo estudado retém a atenção e facilita a compreensão.

Através de pesquisas e estudos de caso dentro da Unemat, o professor Tales pode perceber que os alunos são jovens e que é preciso estimulá-los aos desafios. Formado em Ciência da computação, Bogoni enxerga a utilização de novos métodos como uma porta aberta para a melhoria da EaD no estado de Mato Grosso e no Brasil, um destes métodos é a inclusão das técnicas do design thinking e da gamificação, assim como, o desenvolvimento das atividades em equipe.

Bogoni afirma que ao utilizar as técnicas do design thinking, que em resumo aborda ideias que facilitem a identificação de soluções eficazes para determinado problema, estimulam o aluno ao estudo pois as dificuldades serão solucionadas com praticidade. De forma simples o design thinking possui cinco processos básicos que são: O quê? Quem? Como? Quando? e Por quê?

Em entrevista concedida à UniRede, o professor Tales Bogoni foi perguntado sobre quais seriam as técnicas e os passos a serem seguidos para que haja uma melhoria no desenvolvimento dos materiais utilizados pelos alunos da modalidade a distância, qual seria o passo para que as equipes multimídias pudessem melhorar a confecção destes materiais. De forma clara e direta explicou que testes devem ser feitos, testes de usabilidade. Deve haver um feedback do aluno para a instituição já que “não é possível adivinhar as dificuldades do usuário mas é possível prevê-las”, afirma.

A personalização e tecnologias da educação


Profª. Me. Soraya Menezes de Queiroz

O ensino a distância trouxe avanços significativos para a democratização do acesso à educação. O Instituto Federal de São Paulo (IFSP) atua na EaD há 10 anos, iniciando suas atividades com cursos técnicos e profissionalizantes. Dos 37 campus do Instituto Federal, 13 ofertam cursos na modalidade  distância. A conquista destes 13 campus foi baseada no entendimento do que seria o ensino híbrido ou misto. “Pensar nas características do ensino híbrido para melhorar o desenvolvimento do aluno”, argumenta Soraya.

O foco da aprendizagem do ensino híbrido está no aluno, o professor como mediador, o tutor como apoio educacional e, as tecnologias para mudar os tempos. Para isso, é preciso que exista, no projeto pedagógico, definidos o que aprender, como aprender e quando aprender. Estes projetos pedagógicos dependem da regularização e da ampliação do ensino a distância.

Com o foco na ampliação e nos critérios que podem trazer melhorias para a modalidade a distância, Soraya explica que “O ensino híbrido ressignifica o papel da avaliação do aluno”. O IFSP possui mais de 13 cursos com 20% da carga horária na modalidade a distância. Dentre eles estão as licenciaturas, pós graduações lato sensu, tecnologias e áreas voltadas para as ciências humanas e sociais.

Tratando dos desafios da educação a distância, a professora explica que além do preconceito, a falta de planejamento, conhecimento, dúvidas sobre a qualidade de ensino e a resistência ao uso de novas tecnologias foram identificadas. Com o levantamento de dados, o IFSP criou ações para poder enfrentar estes desafios através da identificação, articulação e apoio à comunidade EaD.

Em relação ao tema aluno-professor, Soraya aponta que o  professor tem o papel de ensinar e que o tutor está apto para estabelecer este bom relacionamento. Desta forma a qualificação e profissionalização dos tutores é essencial.

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